segunda-feira, 30 de abril de 2012

OUTONO.

Senti o frio  chegando,
as primeiras folhas caindo,
o jardim coberto de folhas coloridas,
parecia um arco-íris no chão.


A água da nascente estava mais fria,
o corpo não suava mais,
as minhas mãos aqueciam
agora dentro das luvas.


Era o prelúdio do outono,
em breve o inverno chegaria,
em poucos meses estarias de volta,
meu corpo não mais precisaria do cobertor,
minha pele seria aquecida pelo teu amor.


Os dias eram mais curtos,
o sol se despedia mais cedo,
o avermelhado já não era tão vivo,
às vezes misturado com o cinza,
mas era tão lindo o crepúsculo no outono,
como em qualquer outra estação do ano.


As noites eram mais longas,
o meu corpo sentia um vazio imenso,
o insônia era a companhia da solidão,
ficávamos juntas jogando gamão.


A minha espera era intensa,
só nos invernos tu regressavas,
era o momento que voltavas para o teu aconchego,
deitávamos perto da lareira,
bebíamos  o vinho em uma linda taça,
ao som dos ventos balançando as árvores,
após o amor.


O outono é o prelúdio do nosso amor,
o inverno o vulcão em erupção,
com suas chamas e labaredas da paixão,
que consome o nosso corpo de prazer,
a primavera é o brotar da semente do amor,
o verão é a sedução em forma de paixão.


De todas as estações,
eu prefiro o outono,
onde o calor do corpo é derretido pelas geleiras e,
aquecido pela boca e o corpo do amado,
em verdadeiras noites de loucura,
onde a alma se reveste de toda ternura,
elevando a alma do amado ao paraíso,
fazendo o perder todo o juízo.


MÁRCIA MOLARINO _ (Direitos Reservados).





ENCANTO.

Despertei de um lindo sonho,
ainda sentia na boca o teu beijo,
assim fui despertada deste lindo sonho,
puro encanto,
entre a magia e o desejo,
entre as carícias e o suor no lençol,
me sentia radiante como um girassol.


Em um lindo jardim estava deitada,
vestida de verde como o belo roseiral,
estava embriagada com tanta beleza,
meu corpo estava tão leve,
me senti flutuando,
entre o amor e a paixão,
meu corpo era pura emoção.


Neste belo cenário,
sentado em um lindo balanço,
avistei o meu amado,
com um belo sorriso,
foi se aproximando,
deitou-se  do meu lado,
com sua voz macia,
me despertou para o prazer,
meu lindo bem querer.


De repente senti o calor
das tuas mãos no meu corpo,
tua respiração na minha nuca,
tua boca na minha,
me beijou,
meu corpo estremeceu,
gritou e gemeu,
sentia um vulcão de sensações
sendo escorridas em um belo sorriso.


Por um instante, 
tive a leve sensação de estar sendo despida,
minha alma tu  eliminastes o castro,
o meu véu retirastes com  teu beijo,
neste exato momento,
despertei,
mas ainda sinto o teu beijo,
gosto de vinho tinto e cheiro da flor,
puro encantador,
és o meu amor.


Se foi sonho ou realidade eu não sei,
só sei que o meu corpo tinha o teu cheiro,
a minha alma a tua essência,
o meu sorriso o teu,
o meu coração estava acelerado,
sentia a tua presença,
plantei neste momento,
a flor da esperança,
de transformar este sonho
em realidade,
ser tua meu amado de verdade.



MÁRCIA MOLARINO _ (Direitos Reservados).

PENSAMENTO.

Nunca espere que alguém seja a tua felicidade,
porque nunca será,
no máximo na tua vida
encontrarás alguém para compartilhar e,
aprenderem juntos a serem felizes.


A felicidade não é um fim,
mas um caminhar,
a estrada que construímos,
a flor que regamos,
a dedicação que temos com o amado,
o carinho e o perdão.


A felicidade não é um belo lugar que compramos,
mas é o lugar simples que transformamos em belo,
pela força do nosso amor.


MÁRCIA MOLARINO - (Direitos Reservados).

A CASA.

No final do caminho havia uma casa,
construída de pedras e cimento,
um lindo jardim do lado esquerdo,
as janelas e portas eram azuis da cor do céu,
o telhado era de mármore acinzentado
o resto da casa em mármore branco,
uma casinha de contos de fada,
mas que escondia uma triste sina,
era a residência da saudade.


Saudade que nasceu de um tempo
não muito remoto,
antes neste lugar residia
a alegria junto com o amor,
a pureza com a confiança,
naquele lar não existia ódio ou rancor,
o amor habitava dentro de cada
pedacinho daquela linda casa.


Hoje só resta o lindo jardim,
a casa permanece fechada,
algumas pessoas passeiam pelo local,
para contemplar e sentir o aroma
do lindo jardim de jasmim,
parecem flutuarem,
tão grande é a paz do lugar,
um paraíso ao céu aberto,
onde o cheiro do amor paira no ar.


Não existe mais habitante na linda casa,
a tristeza tomou conta de todos,
ninguém estava preparado para a partida,
mas ela cedo ou tarde aparece,
levando embora os sonhos,
no lugar deixou a saudade e um gosto amargo,
que o tempo transformou em lembranças,
de um amor vivido.


O tempo poderá até apagar uma dor,
mas com certeza sempre deixará uma cicatriz,
tudo dependerá da intensidade do sentimento.
se foi vivido de corpo e alma,
tem um grande preço a pagar,
a dor da partida tende ser arrasadora,
dilacera uma alma,
mesmo quando perdemos
quem amamos para a própria vida.


Porém,
pra que serve viver um amor de aparência,
uma fachada de sentimentos?
Prefiro ser cruel,
se não for para viver intensamente o meu amor,
prefiro a mais dura solidão,
ou entrego o meu coração por inteiro,
ou vivo só.


Porque não saberia viver um amor pela metade,
nada morno não é tão gostoso como o quente,
você  até vive,
mas não é igual,
é apenas parcial.


MÁRCIA MOLARINO - (Direitos reservados).

UNIVERSOS.


Somos formados por universos paralelos,
buscamos sempre unificá-los,
nem sempre conseguimos uni-los,
caminhamos na tentativa de descobrir,
qual dos dois devemos seguir.


Então!
Qual dos dois é mais importante,
razão ou emoção?
Não sei,
mas com certeza sou paixão.


Sou um pouco dos dois,
não sei se um prevalece
mais que o outro,
mas sou um caminho sensível,
vivo me comovendo com tudo,
não consigo ser diferente,
é uma simples consequência do meu ser,
fazer o quê!


Eu sou assim,
uma mulher com dois universos,
mas com um só coração,
regido por uma alma sensível,
não posso ser outra coisa,
sou romântica por natureza,
me derreto como manteiga,
meu caminho eu escolhi,
quero ser uma doce paixão,
regida pelo meu coração,
esperando da vida muita emoção.


MÁRCIA MOLARINO. _ (Direitos Reservados).

CAMA.


Hoje mudei o meu quarto,
joguei fora a cama de casal,
coloquei uma com a minha face,
não mais como uma menina,
mas com um pouco de rosa
para tirar o cinza do meu coração.


Abri a janela,
convidei o sol para entrar,
não quero mais chorar a tua partida,
porém não desejo a tua volta,
vivemos a nossa história,
depois você foi embora.


Deixei ir,
não quero migalhas,
quero um homem por inteiro,
a metade deixo para trás,
aprendi a viver sozinha,
sem fantasias.


Minha cama é do meu tamanho,
só aumento agora de acordo 
com o amor que ganho,
do contrário não adianta,
só sobrará dor e lamento,
quero outro sentimento.


Quando a porta se abriu,
por ela você saiu,
pensei que iria morrer,
hoje aprendi,
sou mais dona de mim.


MÁRCIA MOLARINO. _ (Direitos Reservados).

ROSA.

Fui criada para te seduzir,
o meu cheiro te embriagar,
sou a rainha das flores,
sou a senhora da noite,
minha pétalas jogadas na cama
é pura sedução,
levo os amantes a grande emoções.

Para cada flor um significado,
para cada hora um perfume,
para os enamorados _ a vermelha,
para os amigos _ a amarela,
para as crianças _ a rosinha,
para a paz de espírito _ a branca,
para os homens _ a azul,
para o meu.

Se algum dia a saudade invadir a tua alma,
busque a paz em um lindo roseiral,
porque o Meu Criados,
foi o Pai Celestial.


MÁRCIA MOLARINO _ (Direitos Reservados).

quarta-feira, 25 de abril de 2012

ROÇA.


Nasci no campo,
no meio da plantação,
este cheiro de terra molhada me excita,
sinto o meu corpo embriagado
pelo frescor do mato,
pés descalço,
corro nesta planície de cereal,
nada como um bom café matinal,
ao som do galo cantando.


É meu amigo,
aquela casinha de madeira continua a mesma,
o gado correndo no pasto,
este cheirinho de café torrado,
o lago não secou,
o cheiro do campo me chamou,
a saudade apertou no meu peito,
senti falta do berrante,
do arroz de carreteiro,
do feijão tropeiro,
do canto da viola,
do beijo da moça da roça.


O cheiro do mato me chamou,
para as minhas origens regressei,
eu voltei de novo acordar de madrugada,
com o canto do galo,
tomar o meu café com leite,
comer a broa quentinha,
sentir o seu cheirinho,
broa caseira feita no fogão à lenha,
coloco sempre a minha bota,
pego o meu chapéu de palha,
eu vou pra roça,
cuido da plantação e da boiada,
na hora do almoço a moça da saia rodada,
sempre trás a minha boia,
com sobremesa e  salada.


Fui moço pra cidade,
não me dei bem lá,
eu sou de cá,
a roça é o meu lugar,
sei plantar,
da terra cuidar,
do meu gado ordenar,
mas a cidade confusão me dá,
muito carro pra cá e pra lá,
aqueles arranha-céus me deixa tonto,
eu nunca entendi como eles conseguem
colocar uma casa em cima da outra,
o pior moço que do céu não cai.


O meu lugar é aqui moço,
cheiro de barro e terra molhada,
bota suja da estrada sem asfalto,
cavalo bravo pra domar,
nada daqueles carros de moça,
o meu negócio é carroça,
o meu carro é trator,
uma camionete para a família,
é coisa de fazendeiro,
a minha vai na carroça,
a gente é da roça.


Oh moço!
Eu sou da roça
gosto de uma boa cavalgada,
procissão à cavalo é comigo,
acordo bem cedinho,
peço a benção de Nossa Senhora,
tomo o meu café coado na hora,
eu amo bolo de milho com café forte,
eh moço!
Não nego não,
eu gosto mesmo é da roça.


Já vou embora,
a prosa está muito boa,
mas é hora da missa,
hoje é domingo,
dia de descanso e
obrigação com o Senhor,
vou agradecer a chuva
que molhou a plantação,
a saúde dos meninos e,
a farta colheita,
até mais moço,
volte sempre que quiser,
a roça é um bom lugar para se viver,
não tem muito luxo,
mas tem amor e bem querer.


MÁRCIA MOLARINO _ (Direitos Reservados).


A TEMPESTADE.

No horizonte nascia um lindo crepúsculo,
mais um fim de tarde avermelhado,
todos esperando o beijo da lua com o sol,
de repente o assobio da morte se ouviu,
o lindo por do sol se tornou negro,
porém como de costume naquele lugar,
todos eram muito céticos,
ninguém acreditou no prelúdio da tempestade,
o mar estava tranquilo como sempre,
os barcos ancorados no pier,
a tranquilidade foi tomando conta de todos,
o ar fresco do mar convidava  todos
ao passeio corriqueiro do final do dia.


No final da tarde o vento começou a cantar,
um canto vindo do mar,
o pavor foi chegando devagarinho,
um frio de medo foi sentido na nuca,
como num piscar de olhos,
as nuvens negras invadiram
o lindo cenário sem pedir licença,
era ela chegando de mansinho,
tirando tudo do lugar.


Hoje aquela paz da paisagem não mais existe,
a tempestade levou a alegria do lugar,
a catástrofe foi anunciada,
ninguém quis acreditar,
daquela linda paisagem
não existe mais a calmaria,
sobrou só os destroços,
reconstruído foi o pier,
o lugar lindo está,
só não há alegria de outrora,
que roubada foi pela tempestade,
apenas ficou a saudade
das belas tardes.


Hoje contemplando o novo pier,
nem sei como sobrevivi,
muitas lágrimas derramei junto com a tempestade,
mas tudo voltou como outrora,
só restou a lembrança da tempestade,
gritos de dor na minha alma ainda existe,
foi muita destruição,
vidas que foram levadas pela enxurrada,
lama de desgostos e lágrimas de barro,
o lindo pier se tornou um monte de lixo a céu aberto,
uma ferida aberta naquela lugarejo,
uma cicatriz profunda na alma dos ribeirinhos.


Naquele dia o céu estava como hoje,
anunciando uma desgraça,
mas a previsão de hoje é de chuva passageira,
espero que não haja tristeza,
amo este pier,
meu coração não aguentaria outra dor,
mas todos estão sobressaltados,
não existe mais a calmaria no espírito,
esta foi levada pela enxurrada,
naquela tempestade.

MÁRCIA MOLARINO _ (Direitos Reservados).

A PONTE.

Entre nós existe a ponte,
quem de nós dará o primeiro passo,
quem terá a coragem da ponte atravessar,
te confesso,
medo eu tenho,
mas amaria a ponte atravessar,
se do outro lado
você estivesse a me esperar.

A ponte separa-nos do abismo,
que nós construímos,
quero esta ponte atravessar,
quem de nós dará o primeiro passo,
poderemos juntos atravessar,
no meio da ponte a gente se encontra,
pelo menos a metade vencemos,
o resto será com os nossos corações,
viver ou não esta louca paixão.


Não consigo atravessar a ponte,
preciso que me ajude,
estende a tua mão,
prometo não te decepcionar,
não vou negar,
estou louca para me entregar,
então meu amado Lord
me ajuda a ponte atravessar,
depois na tua cama irei te amar.


MÁRCIA MOLARINO - ( Direitos Reservados).

quarta-feira, 11 de abril de 2012

PERFUME NO AR.

Minha essência joguei no ar,
um pouquinho de mim
deixei por onde passei,
fiz esta loucura para te seduzir,
para o meu perfume te chamar,
vem para o meu ninho me amar.

Perfume de mulher no ar,
flores e pecados unidos,
tentação à flor da pele,
feitiço na taça de vinho,
me enrosco em uma banheira de sais,
pétalas e uma taça de champanhe,
crio a nostalgia de uma noite perfeita,
corpos protegidos pelas pétalas,
depois do amor,
corpos nus aquecidos pela  lareira.

Uma noite planejada em detalhes,
do vinho ao perfume,
nada poderá faltar,
neste clima de cumplicidade,
peço emprestado para Deus,
o luar e o canto do vento,
o frio do inverno,
a cheiro das rosas da primavera,
o brilho das estrelas no verão,
me embalo nesta noite de pura emoção,
onde serei só coração,
amor e tentação.

Perfume de mulher adulta,
se apresenta de corpo e alma nua,
na loucura produzida por este aroma,
de embriaguez e feitiço,
te envolvo no meu perfume,
meu lindo.menino

MÁRCIA MOLARINO - (Direitos Reservados).

terça-feira, 10 de abril de 2012

DESPIR.

Retiro a minha roupa,
para compor o meu ninho de amor,
deixo a minha fantasia à flor da pele,
não tenho nenhum pudor
em te mostrar a minha nudez,
apenas quero te pertencer,
meu Lindo.


Vou despir a fantasia de senhora,
virar a tua dama da noite,
sussurrar no teu ouvido,
todos os meus desejos,
te falar da minha fantasia de menina,
no meu corpo de mulher.


Ah! Eu vou me despir do preconceito,
de todos os meus medos,
te revelar os meus segredos,
deixar de ser conservadora,
para ser inovadora,
te mostrar que sou leoa,
me enroscar no teu corpo como serpente,
ser totalmente louca e inconsequente.


Quero me despir desta insegurança,
segurar na tua mão,
deixar me levar pelo teu carinho,
me livrar deste sofrimento,
de temer esta emoção,
vestir o roupão da paixão,
por o laço do.prazer,
usar os acessórios do amor,
viver a loucura deste sentimento,
nem que seja por um momento.


MÁRCIA MOLARINO _ (Direitos Reservados).


segunda-feira, 9 de abril de 2012

EQUAÇÃO.

Meu Deus,
hoje estou aprendendo a sondar a minha vida,
reciclar o que ainda serve,
jogar fora todos os sentimentos pequenos,
deixar a mesquinharia da vida para trás,
olhar para frente,
começarei por uma equação,
somarei os melhores momentos,
dividirei com todas as decepções,
multiplicarei com meus sonhos,
subtrairei os meus erros,
o resultado será o lucro.


Poderá ser negativo o resultado,
então buscarei novos sonhos,
somarei mais perdões e sorrisos,
multiplicarei com mais amor ao próximo,
dividirei com caridade e amizade,
subtrairei os remorsos e ódios,
o resultado será um coração mais leve,
com novos horizontes a conquistar,
terei mais felicidade e amor,
para com o mundo dividir,
um ser humano melhor serei,
em um mundo melhor viverei.


MÁRCIA MOLARINO _ (Direitos Reservados).

sábado, 7 de abril de 2012

BORBOLETA.

Sou uma mulher com alma de borboleta,
vivi muitos anos no casulo,
me libertei através de uma canção
a metamorfose aconteceu,
uma borboleta me transformei,
para junto do meu amor voo toda noite.


Minhas asas são leves e coloridas,
voo junto das flores,
beijo toda manhã a minha rosa,
para o meu cravo me declaro,
sou pura fantasia,
neste mundo de ilusão,
sou toda emoção.


Sou uma borboleta,
porque sou a pura felicidade,
não porque estou com o meu amado,
mas porque eu o amo,
sou livre para amá-lo.


No meu belo jardim nasci,
em uma borboleta me transformei,
o meu amor em outro jardim encontrei,
para o meu jardim o levarei,
com o meu perfume o embriagarei,
na mais bela flor o amarei.


Sou uma borboleta,
espalho a felicidade por onde voo,
levo comigo o segredo do meu amor,
que é uma mistura do brilho com o silêncio,
da carícia com o olhar,
do beijo roubado junto com abraço encantado,
do sorriso enamorado do meu amado Lord,
que levo junto comigo nas minhas asas de borboleta,



MÁRCIA MOLARINO _ (Direitos Reservados).